Por SP1 — São Paulo


Sítio arqueológico é encontrado no Bixiga, no Centro, em meio a obras do Metrô

Sítio arqueológico é encontrado no Bixiga, no Centro, em meio a obras do Metrô

Um sítio arqueológico foi encontrado no local onde ficava a antiga quadra da escola de samba Vai-Vai, na região central da capital paulista, durante obras da Linha 6-Laranja do Metrô.

A equipe da concessionária Acciona, responsável pelas obras, encontrou vestígios de antigos moradores da região, com dois séculos ou mais, entre as ruas Doutor Lourenço Granato e Manoel Dutra. No local está sendo construída a futura estação 14 Bis.

Obras na Linha-6 Laranja do metrô — Foto: Reprodução/TV Globo

O novo espaço da tradicional escola de samba paulistana será na Avenida Presidente Castelo Branco, 7.729, altura da Água Branca, ao lado da quadra da Águia de Ouro e perto da quadra da Mancha Verde.

Quando esse tipo de material é encontrado, arqueólogos têm que acompanhar as obras, para garantir que nada seja danificado. Isso está sendo feito desde abril. As obras não foram interrompidas.

Na escavação, operários chegaram ao que parece ser um sítio arqueológico de valor histórico de alta relevância, de acordo com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que fez um projeto de salvamento e resgate do que foi descoberto por acaso.

Os vestígios estão a três metros de profundidade e só depois da construção de paredes de contenção serão levados para análise, mas arqueólogos e especialistas acreditam que sejam materiais deixados por quilombolas - descendentes de povos escravizados. No início do século 19, toda a região era ocupada por africanos, o que é atestado por outros achados arqueológicos da região.

No bairro da Liberdade, marcado pela imigração japonesa, fica o primeiro cemitério público de São Paulo - o Cemitério dos Aflitos. No local, entre os séculos 18 e 19, eram enterrados corpos de escravos. Neste caso, a descoberta aconteceu em 2018, com o avanço de uma obra particular.

De acordo com a jornalista e moradora do Bixiga Luciana Araújo, é importante conservar o que for descoberto para que as próximas gerações possam conhecer esta parte da história.

"É fundamental o registro desse sítio no Instituto do Patrimônio Histórico Nacional para que ele fique registrado como uma propriedade quilombola de fato, porque isso é um patrimônio constitucional de todas as gerações, não só de quem viveu naquele local à época do quilombo. Trata-se de um patrimônio da população negra, dos nossos descendentes, é parte da história do Brasil."

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